Textura Afro: marcas da escravidão na pele e em poesia
| Autores: Amanda do Nascimento dos Santos Almeida (UFF - Universidade Federal Fluminense) |
Resumo: TexturaAfro além da trajetória do negro através da história, da escravidão até os dias atuais, nos traz também um autor negro, o que nos possibilita trabalhar o valor da identidade dos negros e afro-descendentes como autores não apenas de livros, mas também de suas próprias histórias. O livro de poemas Textura Afro, nos traz através do autor Adão Ventura, a sua consciência política e racial, através de poemas fortes e, ao mesmo tempo, líricos. Em termos poéticos, o uso de artifícios como a musicalidade e criação de novas palavras como “dor-senzala”, “serracima-serrabaixo” evidenciam talento aliado ao tom crítico feroz do autor. A leitura dos poemas nos remete ao passado de escravidão, e também à situação contemporânea do negro na busca do seu espaço na sociedade. Nas páginas deste livro, somos convidados a perpassar pelas situações históricas e também, situações corriqueiras vividas por negros e seus descendentes e passamos à reflexão acerca dos mais variados aspectos do negro, ontem e hoje. Com a Lei n° 10.639, de 09 de janeiro de 2003, torna-se obrigatório o ensino da história e cultura Afro-Brasileira na educação básica. A mesma dispõe que o conteúdo programático incluirá o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à história do Brasil. Além da Lei 10.639/03 como aporte teórico para elucidar a importância da representatividade da autoria negra e também de suas reflexões, contaremos ainda, com o texto "A sabinada e a politização da cor na década de 1830" (GRINBERG, Keila: 2009) a fim de refletirmos a respeito da herança cultural e política que o indivíduo negro e afro-descendente traz em sua pele.
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