Em cena: a dramática ou a gramática? | Autores: Patricia Pedrosa Botelho () |
Resumo: A discussão descritivista acerca do ensino de Língua Portuguesa, há alguns anos, permeia os cursos de Letras, os cursos de formação continuada de docentes, os eventos científicos, as revistas especializadas, as dissertações e teses, até mesmo os documentos oficiais vinculados ao Ministério da Educação; entretanto, percebe-se que o exercício da docência assim como os livros didáticos de escolas privadas e públicas de Ensino Fundamental e Médio insistem em preconizar a importância dos conteúdos gramaticais como os mais relevantes para que alunos aprimorem a leitura e a escrita, trazendo à margem do processo de ensino/aprendizagem a crença que para ler e escrever é necessário saber Gramática Normativa. Nessa perspectiva, o aprendiz é levado a crer que há de fato uma disciplina escolar denominada Gramática Normativa, cujos conteúdos parecem não estar relacionados às atividades de leitura e de escrita e não ter aplicação direta à sua formação. É indispensável esse olhar crítico do professor frente ao caráter eminentemente normativo no ensino de Gramática nas escolas para que o enfoque de tal disciplina não se restrinja a uma variedade da Língua. Deste modo, faz-se importante, portanto, os estudos reflexivos sobre o ensino de Língua Portuguesa e o modo pelo qual o processo de ensino/aprendizagem desta disciplina vem sendo conduzido. Pretende-se contribuir, nesse aspecto, para a superação de uma concepção tradicional de Língua e de ensino de Língua Portuguesa, buscando uma concepção de linguagem capaz de subsidiar novas metodologias e de refletir sobre o próprio conteúdo ministrado. Sob esta perspectiva, faremos reflexões sobre o ensino de gramática sob a égide do pensamento de Mário Perini (2002), de Luiz Carlos Travaglia (2002), de Marcos Bagno (2009), de Sírio Possenti (2012), de Silvia Rodrigues Vieira e Silvia Figueiredo Brandão (2016).
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