ECOLALIA, SILÊNCIO E LINGUAGEM GESTUAL NO AUTISMO: UMA REFLEXÃO PARA ALÉM DO PATOLÓGICO | Autores: Elisangela Maria da Silva (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Renata Fonseca Lima da Fonte (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) |
Resumo: A relação que a criança estabelece com a linguagem e com o outro é atravessada por singularidades manifestadas na aquisição da linguagem, seja em crianças autistas ou não. No caso da instauração de um quadro autístico, os modos particulares presentes na constituição subjetiva são levadas ao extremo, a ponto da literatura tradicional considerar a linguagem da criança autista como descontextualizada, mera repetição da fala do outro e excluída do processo de interação pelo discurso. Esta compreensão da repetição como ausência de linguagem, estabelecida nos primeiro registros de Kanner, dificultou à possibilidade de se repensar a ecolalia para além do patológico. Nesse sentido, objetivamos lançar algumas possibilidades para se tomar a ecolalia, o silêncio e a linguagem gestual como forma de entrada ou permanência do autista na linguagem. Para tanto, partimos do pressuposto que a ecolalia surge como questão que põe em discussão o movimento do autista na língua, entendendo este como sujeito constituído na/pela linguagem e a linguagem enquanto funcionamento multimodal. Partimos de uma pesquisa bibliográfica fundamentada teoricamente nos estudos da Linguística de Lemos e colaboradores, a fim de mostrar a linguagem como constituinte do sujeito, bem como autores na área do autismo, como Maia, Rego entre outros e Kendo, MCNeill, Mariane e Fonte no funcionamento multimodal da linguagem. Para enfatizar nossa discussão, fizemos um recorte da pesquisa de Lima e Rebberg, durante interação entre uma criança autista e uma psicóloga que nos permitiu pensar não só as singularidades nas produções ecolálicas como repensar as pistas multimodais da criança autista inserida no contexto interativo.
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