O objetivo central deste trabalho é discutir como certos dispositivos de controle são mobilizados pelos gestores educacionais para circunscreverem o papel do professor de modo a esvaziar sua autonomia como sujeito agente da educação. Entre os dispositivos a serem debatidos, atentamo-nos para a ampliação dos exames de controle de qualidade (Prova Brasil) e para as normativas da Base Nacional Comum Curricular – BNCC como determinante homogeneizadora dos conteúdos disciplinares a serem desenvolvidos. Assim torna-se cada vez mais restrita a margem de decisão dos docentes que precisam demonstrar a qualidade de seu trabalho pelos resultados dos exames aos quais os alunos se submetem. Com isso o sujeito-professor se vê cada vez mais restrito a cumpridor de tarefas sem autonomia e desvalorizado como educador. A fundamentação teórica toma por base as teorias genealógicas de Foucault, também levando em conta os aprofundamentos de Gregolin, Baronas, Valencise, Navarro e outros. É uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico acerca dos discursos que aparecem na mídia e documentos institucionais, observando a proposição de certos dispositivos e o desencadear das ações docentes diante da situação do ensino escolar neste início de século XXI. Um dos resultados que já apontam na investigação é a observação de professores que cada vez menos atuam como sujeitos da ação educadora, pois subjetivam-se como pequenas vozes repetidoras dos discursos gestores.