A LÍNGUA MATERNA POLONESA: DEIXEI DE FALAR NA MINHA LÍNGUA PARA FALAR A LÍNGUA QUE TODOS FALAM AQUI | Autores: Myrna Estella Mendes Maciel (UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL) |
Resumo: O presente estudo aborda a ocorrência do contato linguístico do polonês com outras línguas eslavas - como o russo e o ucraniano - e também com as demais línguas de imigrantes - o alemão e o italiano - tendo em vista o contexto histórico de colonização no Sul brasileiro e nos pontos de pesquisa selecionados para esta análise. Com base nos conceitos de Diglossia, language shift,e usando a perspectiva da realização de macroanálises pluridimensionais e relacionais (THUN, 1998) que comprovadamente apresentam resultados bastante eficazes, nessa tarefa, como por exemplo, no estudo das línguas de imigração alemã (cf. ALTENHOFEN & THUN, 2016). O foco de análise consiste na dinâmica de compreender a variação e mudança de línguas na sua correlação com diferentes dimensões ou variáveis extralinguísticas, em especial, nas dimensões diatópica (pontos da área geográfica da pesquisa), diageracional (grupos etários de mais ou menos idade), diastrática (escolaridade), entre outras. Para a pesquisa, este modo de análise auxiliou em verificar os processos que levaram às trocas linguísticas e/ ou trocas de uma língua por outra. Assim, observou-se que a língua polonesa, apesar de em algumas comunidades prevalecer descendente de imigrantes poloneses, a maioria dos membros substituiu a língua materna pela língua alemã e/ou italiana, bem como a portuguesa. Neste contexto observa-se que há um espaço de poder e escolhas linguísticas, que ocorrem naturalmente diante os processos de diglossia.
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