A análise de textos só pode acontecer quando articulada a uma concepção de linguagem como prática social e como instrumento de poder. O estudo da linguagem, nessa perspectiva, busca a união indissolúvel entre os processos sociais levando em conta critérios socioculturais, de uma maneira tal que se torna um falseamento argumentar a oposição entre pesquisa e prática sociocultural. A acelerada inclusão das pessoas deficientes no sistema educacional regular no Brasil operada nas últimas décadas coloca aos estudiosos da linguagem um conjunto de questões que são simultaneamente teóricas e metodológicas na análise das desigualdades sociais nas práticas pedagógicas no ensino na escola. Nesta apresentação, nosso objetivo é contribuir para uma abordagem pluralista que avance na compreensão da dinâmica entre a escola como estrutura social e os seus agentes, professores/as e alunos/as. Trata-se de um trabalho desenvolvido a luz da teoria de Análise de Discurso Crítica proposta por Fairclough (2003, 2010).  Para a discussão, elegemos como categorias semióticas de análise, a interdiscursividade, a intertextualidade e a transitividade segundo a Gramática Sistêmico-Funcional (Halliday e  Matthiessen, 2004). Concluímos que os/as docentes que trabalham com alunos/as deficientes não possuem definições claras dos textos da legislação educacional, sobre o papel da escola enquanto estrutura social nem mesmo possuem uma conscientização sobre o seu papel como agente do processo educativo.