Cada vez mais se fortalece a preocupação em analisar, na perspectiva acadêmica, como os estudantes interagem nas práticas de letramento inerentes ao seu contexto social. Pesquisas têm apontado que muitos dos textos produzidos na sociedade contemporânea  são impressos, digitais,  imagéticos e muito do arranjo de diagramação destes impregnam e fazem significar textos. O que tem sido chamado de multimodalidade de textos contemporâneos que exigem multilletramentos. Da mesma forma, faz-se importante pensar na emergência de pesquisas que estejam afinadas com o letramento crítico cujo pressuposto essencial é dar espaço para a voz e subjetividade de leitores, possibilitando a todos serem protagonistas na construção de leituras. Essa prática exige, assim, uma reconfiguração dos papéis do professor para construir seu perfil identitário de agente de letramento. A proposta desta comunicação abre espaço para discussões voltadas para os estudos do letramento em Língua Portuguesa, que privilegiem a relação entre o discurso - dimensão que faz da língua um contrato social – e os estudos do letramento. Na dimensão discursiva, propomos a conjugação dos estudos críticos do discurso, desenvolvidos por Fairclough (2001, 2003) no âmbito da Análise de Discurso Crítica (ADC), bem como com os trabalhos de Street (1984, 1988, 2003), Barton (1994), Barton Hamilton e Ivanic (2000), Hamilton (2000) e outros autores dos Novos Estudos do Letramento. Como objetivo específico, buscar-se-á discutir, com base em dados empíricos o fazer pedagógico do professor e demais profissionais da área da linguística aplicada que possibilitem uma visão mais clara e abrangente sobre multiletamentos e multimodalidade, pautada nas ações que fazem uso da leitura e da escrita, como agentes facilitadores de práticas sociais dentro e fora do ambiente escolar.

Palavras-chave: Multiletramentos. Multimodalidade. Ensino.