A partir da homologação da Base Nacional Comum Curricular, em dezembro de 2017, a área de Linguagem passa a abordar o uso das tecnologias digitais na sala de aula como meio/espaço/forma de autoria e de curadoria. O documento, ainda que em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), que já alertavam para a necessidade de preparar crianças e jovens para receberem informações editadas/mediadas pela tecnologia, traz inovações a respeito do ensino de Língua Portuguesa, na medida em que considera as transformações das práticas de linguagem, provocadas sobretudo pelos avanços das tecnologias digitais e pela democratização do seu uso. Assume-se, a partir daí, a perspectiva dos multiletramentos, impulsionada pelos novos gêneros de texto que surgem, constantemente, nas mais diversas mídias, e também pelas novas formas de ler, escrever e agir no mundo. Em contrapartida, percebemos, em um curso de formação continuada ofertado a um grupo de professores de Língua Portuguesa de uma rede municipal de ensino, que os professores que atuam em sala de aula neste momento de constantes inovações não se sentem devidamente preparados para trabalharem nessa perspectiva. Assim, a pesquisa a ser apresentada busca compreender de que maneira uma proposta de formação continuada pautada na troca de conhecimentos em comunidades de desenvolvimento profissional pode auxiliar os professores a trabalharem com os gêneros de texto sobretudo digitais em sala de aula. Essa investigação tem como objetos de análise entrevistas e planos de aula dos professores no decorrer do percurso formativo. Resultados preliminares apontam para a necessidade de conhecer os aspectos de genericidade dos textos a serem transformados, nessas aulas, em objetos de ensino, dentre eles aqueles relacionados ao contexto de produção.