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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Consciência crítica e Análise de Discurso: reexistências decoloniais no âmbito do Projeto Mulheres Inspiradoras

Autores:
Juliana de Freitas Dias (UNB - Universidade De Brasília)

Resumo:

Este trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla no âmbito da Análise de Discurso Crítica em tempos de decolonização (Sousa Santos,2010; Grosfoguel, 2008; Ballestrin, 2013; Vieira e Dias, 2016; Resende, 2017) desenvolvida no Grupo de Pesquisa Educação Crítica e Autoria Criativa (GECRIA-UnB). É um recorte de uma investigação acerca do programa de política pública educacional, no Distrito Federal, chamado Programa Mulheres Inspiradoras que tem trabalhado na esfera do ensino público de Brasília, desde 2014, inaugurando uma nova consciência do trabalho educacional em torno da escrita, da literatura e das questões de gênero, de raça e de classe na escola. A professora e autora, Gina Vieira, ao tomar sua posição crítica e autoral no centro dessa interseccionalidade, se entregou ao trabalho pedagógico com adolescentes e, nesse processo, se defrontou com o medo da liberdade quando se movimentou pela chamada ‘consciência crítica’ e toda a sensação de desmoronamento que persegue esse movimento, já alertado por Paulo Freire, ainda em 1971. Ao abrir essa fenda na escola, o programa Mulheres Inspiradoras inseriu esses/as estudantes como sujeitos diante de suas histórias, os/as quais penetraram os portões da escola sob novas formas de existir, de ser e de poder, com suas reesxistências em forma de currículos vivos e legitimados pelo viés da decolonialidade por meio de práticas pedagógicas transgressoras. Para esta apresentação, trago uma análise discursiva crítica de falas desses/as aluno/as a fim de aprofundar uma construção teórica e metodológica em torno da recontextualização e decolonização da chamada Consciência Linguística Crítica (Clark e outros, 1991; Leal, 2006; Dias, 2013), com seu aporte centrado na Teoria Social do Discurso (Fairclough, 1992, 2003; Wodak, 1996; Chouliaraky; Fairclough, 1999; Van Dijk, 1998), de modo a revisitar a agenda da CLC e a propor a ideia de continuum entre letramentos de resistência e letramentos de reexistência no bojo do Programa Mulheres Inspiradoras.