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| UMA ANÁLISE INTERDISCURSIVA DA IDENTIFICAÇÃO DA MULHER EM CORPO INTEIRO, DE MARIA LÚCIA MEDEIROS | Autores: Raylton Carlos de Lima Tavares (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) |
Resumo: Este trabalho é um recorte dos resultados finais da pesquisa de Iniciação Científica intitulada ‘Os discursos subversivos na literatura amazônica: ideologias e relações de poder’, financiada pelo PIBIC/ProDoutor da Universidade Federal do Pará. Neste recorte, averiguamos quais/como discursos sobre a mulher materializam-se no texto Corpo inteiro (II), da escritora paraense Maria Lúcia Medeiros (2009). Para tanto, partimos do referencial teórico-metodológico da Análise de Discurso Crítica (CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH, 2003a, 2003b, 2016; RESENDE; RAMALHO, 2016; VIEIRA; RESENDE, 2016). Apoiados na noção de que o discurso possui três significados, significado acional, modo de ação e interação discursiva, relacionado a gêneros; significado identificacional, modo de identificação de si e de outrem, relacionado a estilos e, por fim, significado representacional, modo de representação particular de aspectos da realidade, relacionado a discursos, enfocaremos neste último. Ou seja, interessa-nos quais discursos sobre a mulher são materializados e como o fazem. Utilizamos as categorias analíticas transitividade e interdiscursividade para a análise do corpus. Os resultados apontam que a mulher é representada de duas maneiras díspares. Na primeira, ela é fenômeno dos processos comportamentais vigiar e desconfiar, que podem operar como estratégias de expurgo do outro (THOMPSON, 2011), criando um inimigo que deve ser vigiado. Na segunda, ela é experienciadora do fenômeno medo em processo mental, que está relacionado diretamente a sua relação com homens. Essas duas formas de representar a mulher materializam os discursos machista e subversivo, neste, a mulher é vítima de assédio e tenta defender-se, naquele, ela é culpada pelos pecados dos homens.
Agência de fomento: PIBIC-INTERIOR/UFPA |
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