“TEM MOMENTOS QUE A GENTE TEM QUE SE COMPORTAR COMO TAL”: PRÁTICAS DE LETRAMENTO DE UMA ACADÊMICA INDÍGENA XERENTE | Autores: Suety Líbia Alves Borges (UFG - Suety Líbia Alves Borges) |
Resumo: Discutimos, neste artigo, práticas de letramento de uma acadêmica indígena Xerente, em diferentes eventos de letramento, desde banhos de rio e cantar dos pássaros, na aldeia; ao processo de escrita acadêmica, de seu trabalho final, para o Curso em Educação Intercultural do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Aqui, o ensino de português como segunda língua (MAHER, 1996, 1998), mais especificamente, a modalidade escrita, ocupa um lugar central na reflexão e, para ampliá-la, buscamos uma abordagem translíngue (CANAGARAJAH, 2013; GARCÍA, 2015) bem como a perspectiva intercultural e decolonial (MAHER, 2007; MIGNOLO, 2010; SANTOS, 2009; WALSH, 2013), a fim de romper com o paradigma ocidental de produção de conhecimento e promover uma educação que seja, de fato, democrática (ROCHA e MACIEL, 2015). Para finalizar, este artigo nos deixa o seguinte questionamento: qual é a concepção de letramento dos/as professores e professoras que estamos formando? a reproduzir uma visão grafocêntrica ou de um letramento amplo e crítico, como o da acadêmica Xerente, em questão, que nos traz um genuíno significado de agência – “tem momentos que a gente tem que se comportar como tal” –, despontando um protagonismo sem igual, ao transitar, interculturalmente, pelos dois mundos: indígena e não indígena.
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