Apropriou-se nesta análise das noções da  SI com interface na Análise da Conversa etnometodológica (ACe) para identificar características de pertencimento cultural e institucional em  comunidades rurais da microrregião de Ubá, Zona da Mata de Minas Gerias, Brasil. Trata-se de comunidades de prática (CdP), tendo em vista o forte vínculo social entre as pessoas desenvolvido a partir de aprendizagens regulares, além do compartilhamento de objetivos comuns reconhecidos em suas atividades cotidianas. Tais comunidades são constituídas por proprietários rurais que desenvolvem especificamente atividade econômica de integração junto a uma grande empresa de alimentos da região e, devido a esta atividade, tiveram seus espaços de sociabilidade encolhidos, mantendo por sua vez determinadas características constitutivas de uma população rural mais tradicional e que por isso devem ser observadas uma vez que são reprodutoras de determinados comportamentos sociais apresentados através de pistas linguísticas e paralinguísticas. Tais evidências surgiram a partir de dados naturalísticos obtidos em conversas cotidianas, reuniões familiares, sindicais e em associações onde os interagentes demonstram pertencer ou não à comunidade e instituições ora vinculados. Observou-se que apenas a afiliação institucional e a instalação de residência e trabalho no espaço rural onde moram, nem sempre determinam os vínculos de pertencimento. Mas apesar disso, entende-se que através das relações sociais desenvolvidas por um indivíduo em uma determinada comunidade, faz surgir diferentes modos dele se expressar em sua relação com o outro, consigo mesmo e com o seu discurso. Desta forma foi possível observar através de excertos extraídos de falas-em-interação em contextos interacionais cotidianos e institucionais, dados que podem favorecer tanto o debate acadêmico na área da linguística aplicada em contextos interacionais, como a compreensão da relação da construção de identidades através dos usos linguísticos.