Ciência com Fronteiras:
as atividades de linguagem advindas dos programas de mobilidade acadêmica
| Autores: Vilton Soares de Souza (IFMA - INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO ) |
Resumo: O movimento de internacionalização das universidades brasileiras, fomentado por programas de mobilidade acadêmica internacional a exemplo do Programa Ciência sem Fronteiras, revela um universo complexo que abrange tanto o ensino-aprendizagem de línguas em resposta às demandas oficiais, quanto as reais necessidades dos alunos intercambistas brasileiros, cujas vozes pouco são ouvidas. É nesse contexto que pretendo apresentar a análise dos discursos oficiais que fomentam a internacionalização universitária e do discurso de seis estudantes maranhenses egressos de intercâmbio internacional. A fundamentação teórico-metodológica do presente estudo insere-se na Teoria/Análise Dialógica do Discurso – ADD, advinda da obra de Bakhtin e o Círculo, que consideram a interação como lugar de comunicação e, desta forma, de produção da linguagem. Como o próprio nome sugere, a teoria tem o dialogismo como lugar para a constituição da linguagem. Nesta perspectiva epistêmica, não há categorias de análise à priori, elas emergem das relativas regularidades dos dados observados e apreendidos durante a realização da pesquisa. No que se refere aos óbices vividos pelos estudantes brasileiros no exterior e as contradições dos discursos oficiais, os resultados apontam para uma não-compreensão da comunicação como fenômeno social, que integra além da língua(gem), o horizonte dos falantes e, igualmente, os julgamentos presumidos daquela comunidade estrangeira. É possível que a não capacidade do estudante brasileiro em compreender a construção de sentido no contexto da enunciação em língua estrangeira, seja característica de estudantes egressos de uma abordagem de ensino de línguas que não compreende a língua como interação e que não desenvolve nos alunos uma competência de compreensão ativa.
Agência de fomento: CAPES |
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