A compreensão das incorreções produzidas pelos aprendentes de uma língua permite delinear estratégias e materiais didáticos para ultrapassar essas incorreções. Nesta comunicação, apresentamos os resultados de um estudo que tem como objetivos analisar os erros produzidos por alunos chineses de Português em tarefas de escrita e verificar em que medida esses erros são ultrapassados na reescrita dos textos produzidos. O estudo mobiliza como enquadramento a abordagem correspondente à Análise de Erros, que considera fatores intralinguísticos, para além dos interlinguísticos (Corder, 1967; Ellis, 1994; Brown, 2000; Khansir, 2012; Amiri & Puteh, 2017) e as propostas da Pedagogia Genológica (Rose & Martin, 2012) nas quais os padrões de linguagem característicos do género e a reescrita ocupam lugar de relevo. Para o desenvolvimento do estudo, foi constituído um corpus de textos produzidos por alunos que se encontram no terceiro ano de aprendizagem do Português, correspondentes à versão inicial e à versão reescrita, elaborada após e o estudo do género em causa e correção da primeira versão. A categorização considerou os erros gramaticais, os erros respeitantes à representação gráfica e os erros no domínio discursivo. Neste estudo, estão em foco as duas primeiras categorias, correspondentes a incorreções formais. A análise incidiu sobre o número de incorreções, a verificação da reparação entre as duas versões e os subdomínios pelos quais se repartem. Os resultados revelam um nível ainda elevado de incorreções na reescrita, apesar da redução que se observa, quando se considera a relação com o número de palavras. Estes resultados justificam a necessidade de desenvolver estratégias pedagógicas e materiais didáticos orientados para a superação das incorreções. Entre essas estratégias e materiais, numa perspetiva de meta-aprendizagem, inclui-se a integração no processo de aprendizagem da escrita do género de texto em causa da consciencialização dos erros produzidos pelos alunos de anos anteriores em tarefas similares.