Sabe-se que a forma a gente encontra-se em um processo já avançado de incorporação como pronome substituto de nós, considerando as pesquisas e levantamentos já realizados em vários estados do Brasil. Partindo disso, este trabalho propõe-se analisar a variação das formas nós e a gente na posição de sujeito, objetivando delimitar os aspectos linguísticos e sociais possivelmente influenciadores do uso das variantes por falantes da cidade de Goiás. A pesquisa se ancora nos estudos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008; WEINREICH, LABOV & HERZOG, 2006) e, ainda, em outras pesquisas acerca da variação dos pronomes de primeira pessoa do plural no Português Brasileiro (PB) (LOPES, 1998, 2003a, 2003b, 2004; RUBIO, 2011; MATTOS, 2013, 2017; VIANNA & LOPES, 2015; SOUZA & BOTASSINI, 2009). Para a composição da amostra, foram selecionados 24 informantes, nativos da Cidade de Goiás (cujo gentílico é vilaboense), de ambos os sexos, divididos em duas faixas etárias (25 a 40 anos e 41 a 60 anos), todos com ensino fundamental incompleto. A análise segue os critérios metodológicos da Sociolinguística Variacionista e conta com o auxílio do programa GoldVarbX, a fim de aferir a frequência e a tendência de uso das formas estudadas. Almeja-se, desse modo, verificar se, de fato, o processo de mudança que favorece a implementação da variante a gente segue, na fala vilaboense, a mesma tendência geral do PB e, ainda, compreender como atuam as variáveis sociais que atravessam esse uso.