A reflexão atenta sobre o viés que conduz os modos de construir, desconstruir e reconstruir a imagem que se tem de um dado país e/ou de uma dada cultura é tarefa imprescindível, do ponto de vista metodológico, em uma sala de aula de ensino de segunda língua, sobretudo para aprendizes adultos. Acreditamos ser fundamental, no processo de produção de atividades didáticas, unir correntes teóricas interculturalistas aos procedimentos de ensino de uma língua Outra de forma orientada e eficaz.
Nesta comunicação, apresentamos uma proposta de análise de textos produzidos por alunos de diferentes países, sobre a imagem sócio-cultural que eles controem de suas próprias nacionalidades. A construção de tais textos se deu a partir de atividades realizadas em aulas de português para estrangeiros, de nível intermediário, ministradas na PUC-Rio em 2017 e 2018. As atividades foram realizadas a partir da leitura e da discussão de um texto intitulado Ser Carioca.
Com base em pressupostos teóricos advindos de correntes interculturalistas (Hall, 1976, Bennet, 1998, Singer, 2000 e Lewis, 2006), discorremos sobre a relevância de refletirmos sobre o olhar cultural que temos de nós mesmos e dos Outros e, assim, criarmos mecanismos que permitam aos estrangeiros aprendizes de português, originários de diversas culturas, entender melhor que as nossas escolhas linguísticas e/ou discursivas estão diretamente associadas a aspectos culturais peculiares a cada contexto de aprendizagem