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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


DISTANTES GEOGRAFICAMENTE, PRÓXIMAS LITERARIAMENTE: LÍLIA MOMPLÉ & CONCEIÇÃO EVARISTO EM DIÁLOGO

Autores:
Rodrigo Nunes de Souza (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande)

Resumo:

Lília Momplé e Conceição Evaristo apresentam, em suas produções contísticas, proximidades temáticas e de denúncias em relação à condição feminina. Este trabalho analisa como as personagens de ambas autoras conseguem dialogar com as situações em relação ao lugar da mulher em Moçambique e no Brasil. Levando em consideração a teoria pós-colonial de Ana Mafalda Leite (2012), traçaremos como as denúncias se assemelham, com o objetivo de vê-las como grandes representantes das problematizações em torno do lugar da mulher negra nas sociedades em que habitam. Com o objetivo de enfatizar como a Memória se apresenta nas narrativas, recorremos aos pressupostos de Maria Fernanda Afonso (2004), que percebe que esse aspecto é de extrema importância para compreendermos o tom de denúncia que os contos de Lília Momplé e Conceição Evaristo apresentam. Além disso, enfocaremos como a questão da Identidade, segundo Hall (2015) e do Estereótipo, de acordo com Noa (2015), estão entrelaçados aos enredos, dando-nos um reflexo da condição feminina na obra das respectivas autoras. Para isso, trabalharemos com os contos ‘’O baile de Celina’’, ‘’Ninguém matou Suhura’’ e ‘’O soho de Alima’’, da moçambicana Lília Momplé, comparando as representações das personagens femininas com as narrativas ‘’Duzu-Querença’’, ‘’Ana Davenga’’ e ‘’Natalina Soledad’’, ambas de Conceição Evaristo. Enfocaremos, por fim, como as autoras conseguem dialogar tanto na construção de textos, apesar de pertencerem a espaços distantes e diferentes, porém próximas literariamente.

Palavras-chave: Condição Feminina; Pós-colonial; Memória; Identidade; Estereótipo.


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CAPES