Poster
| A REPRESENTAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTES EM “CAPÃO PECADO”, DE FERRÉZ. | Autores: Suelem Martins Benjamim (UEA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ) |
Resumo: A representação dos excluídos tem sido problemática na literatura brasileira. A “literatura marginal” renova esse panorama, com o objetivo de representar o permanente diálogo entre literatura e sociedade. O objetivo aqui avaliar a representação da criança/adolescente em estado de vulnerabilidade social, na obra “Capão Pecado” (2000), de FERRÉZ, um dos mais prestigiados autores da “literatura marginal” e, assim, mensurar qual o lugar dessas figuras nesta produção ficcional. Apesar de o tema alcançar cada vez mais força nas pautas sociais, verifica-se a pouca incidência desses personagens na literatura, salientando que uma minoria ocupa a posição de protagonista nas narrativas, justificando assim essa pesquisa, que se utiliza do método bibliográfico de investigação, explorando as referências teóricas já publicadas e analisadas, além de sites e blogs. As bases teóricas principais são: Dalcastagnè (2012); Barreto (2006); Bosi (2002, 1995), Stegagno-Picchio (2004), Foucault (2014). A obra de Ferréz tematiza esses atores literários e sociais, numa narrativa que tem muito de autobiográfica, voltando-se para a representação da população entregue à própria sorte, cujas as crianças e adolescentes sem alternativas são cooptados pelo crime, esbarando nas muralhas sociais. A literatura “do real” de Ferréz, que faz da ficção arma de resistência e denúncia, sem se preocupar com paradigmas literários, pretende que sua voz seja ouvida e reconhecida, ecoando como uma bofetada, como um grito contra o sistema. Observamos então que essa literatura de resistência/denúncia feita por Ferréz é uma reposta dada à história e à cultura para a questão da miséria, da exclusão e da desigualdade social; são as vozes da periferia que se inserem no movimento da Literatura Marginal, como ficção e testemunho.
|
|