SOCIOLINGUÍSTICA E CONCORDÂNCIA VERBAL: UM ESTUDO DA LÍNGUA FALADA E ESCRITA EM ALUNOS DE UMA ESCOLA REGULAR DO RECIFE | Autores: Flavia Tavares da Costa Ramos (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) |
Resumo: Esta pesquisa centra a atenção em um dos temas de grande importância no campo de estudos da sintaxe: a concordância verbal (CV). Inúmeros trabalhos têm evidenciado que a variação da CV no português brasileiro (PB) é sistematicamente regida por restrições linguísticas e não linguísticas, como MONGUILHOT (2001, 2009); MONTE (2007, 2012), RUBIO (2008, 2012); SANTOS (2010, 2013). O objetivo principal deste estudo é investigar o uso variável de concordância verbal de primeira e terceira pessoas do plural na língua falada e escrita de alunos dos 6º, 9 º e 3º anos de uma escola regular do Recife. O quadro teórico adotado foi a Teoria da Variação Linguística (LABOV, [1972] 2008; 1978; 1994; 2001; 2003; 2010). Por meio de um estudo empírico e sincrônico, realizamos entrevistas com 48 informantes e analisamos as produções escritas desses 48 informantes, das quais foram extraídos os dados que compõem o corpus da pesquisa, a saber: contextos declarativos finitos com a presença da 1ª e 3ª pessoas do plural em que há presença (variante padrão) versus ausência (variante não-padrão) de CV. Esses informantes foram estratificados, tendo por base o sexo e o nível de escolaridade. A análise contemplou, além dessas variáveis extralinguísticas, as linguísticas: saliência fônica, no domínio do verbo; paralelismo linguístico de nível oracional e discursivo, no domínio SN – sujeito e verbo; referência semântica, animacidade, definitude e especificidade do sujeito, no domínio SN – sujeito. Em linhas gerais, verificamos que os grupos de fatores linguísticos e extralinguísticos controlados foram, principalmente, atuantes na fala e que a variante mais usada é a padrão. A partir desse estudo, esperamos contribuir com estudos sociolinguísticos já realizados no Brasil sobre o fenômeno variável da CV, visando ampliar o debate com a descrição e compreensão da heterogeneidade verificada na língua falada e escrita de alunos da cidade de Recife.
|
|