“Doido sou eu que escuto vozes?” – ?” – As vozes do texto: um estudo acerca da coconstrução de sentidos e da referenciação na canção “As caravanas”, de Chico Buarque. | Autores: Janayna Rocha da Silva (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Carla Prota Guimarães da Silva (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Joyce S. dos Santos Monforte (UFF - Universidade Federal Fluminense) |
Resumo: Ler e interpretar textos não é uma tarefa simples, pois exige-se que o sujeito mobilize simultaneamente conhecimentos não apenas linguísticos, mas também enciclopédicos e interacionais, que o tornem apto a agir nas diversas situações de comunicação. Ao se comunicar, o sujeito interage com o outro, representando linguisticamente uma visão social e particular de mundo. A questão é refletir sobre como ocorre essa relação entre o sujeito, a linguagem e o mundo, visto a subjetividade do sujeito, a heterogeneidade da linguagem, e a dinamicidade do o mundo. Diante do exposto, este estudo tem como objetivo principal analisar, pelo viés da referenciação, de que maneira o autor (sujeito social) construiu seus imaginários sociodiscursivos, em função de seus projetos de dizer. Buscaremos refletir sobre a realidade que é construída discursivamente, pelas escolhas lexicais do artista, na construção dos objetos de discurso que corporificam o texto. Para tanto, utilizaremos como referencial teórico os postulados da teoria Semiolinguística (Charaudeau, 2001), que concebe a produção de sentido sob três patamares, aos quais correspondem três competências do ato de linguagem: o semiolinguístico, o discursivo e o situacional, e os estudos sobre referenciação, conforme Mondada e Dubois (2016), Koch e Elias (2008), Marcuschi (2004) e Cavalcante (2017). Com relação à metodologia de análise, procederemos à análise textual-discursiva da canção, conforme o modelo de construção de sentido proposto por Charaudeau (2001), observando o movimento da referenciação na coconstrução de sentidos. Como resultados, espera-se contribuir com um ensino de língua e leitura mais significativo, capaz de formar cidadãos críticos e capazes de utilizar a leitura como instrumento de transformação social.
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