Neste trabalho, resultante das ações realizadas durante o PIVIC (2017-2018/CNPq/UFCG) A escrita como objeto de ensino e aprendizagem na Educação Básica: concepções e implicações - Ano II, sob orientação da profa. Dra. Márcia Candeia Rodrigues, propomo-nos a 1) analisar teórica e metodologicamente a concepção de escrita que norteou a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (maio/dezembro de 2017), especificamente o texto “Linguagens” destinado aos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental, e 2) avaliar as implicações dessa(s) concepção(ões) para o ensino desse objeto na fase educacional referida. Como aporte teórico sobre escrita e ensino de escrita, alicerçamo-nos nas considerações de Auerbach (1999), Ivanic (2004), Street (2014), Kalman (2003; 2008), Travaglia (2007; 2009), dentre outros. Metodologicamente, fundamentamo-nos em uma abordagem qualitativa de natureza interpretativa-descritiva associada à análise documental. Por meio da análise do corpus, reconhecemos que a concepção de escrita que norteou o desenvolvimento desta versão refere-se à prática social (IVANIC, 2004), muito embora observamos que há um distanciamento quanto ao seu tratamento por meio dos gêneros textuais propostos para a fase educacional analisada. Quanto aos impactos, essa compreensão de escrita implica uma mudança tanto na abordagem de ensino como na avaliação desse objeto, uma vez que o tratamento da escrita deve estar associado a situações reais de interação sociocomunicativa, o que altera significativamente o que é proposto para aprender e o que se avalia dessa aprendizagem. Como consequência, espera-se que o professor promova situações didáticas que privilegiem a escrita enquanto uma prática social, que a incorpore em situações sociocomunicativas reais, o que envolve a escolha de certo gênero textual e estratégias de ensino mais significativas para o aluno.