Nas obras didáticas de português como língua materna existe uma preocupação de autores/editores em adequar o material didático(MD) aos critérios estabelecidos pelo edital no que diz respeito à variação linguística(VL),confirmando a influência do PNLD na educação brasileira,ao estabelecer um capítulo destinado ao tema variação linguística com questões que abordam variedades estigmatizadas e prestigiadas, diferença entre a norma culta e a norma padrão, o que contribui para a melhoria da elaboração desse material para a educação.No entanto,existe uma escassez de parâmetros específicos para o tema no ensino de português como língua estrangeira(PLE).Nesse sentido, referenciais como os PCN,Celpe-Bras e QECR podem ser considerados parâmetros necessários ao professor e podem auxiliá-lo e servir como base para as propostas de elaboração de MD e no ensino de PLE,além da organização dos conteúdos abordando sociolinguística.Ou seja,na falta de um manual especialmente pensado para a área de PLE, esses documentos podem auxiliar no que se refere à VL.Este trabalho versa sobre os principais direcionamentos para o ensino de PLE como propósito o fornecimento de subsídios para uma reflexão sobre a definição de uma política linguística governamental brasileira que vá além desses referenciais e possa se estabelecer como um documento confiável e válido, especificamente para o ensino de variação linguística na área.Para isso,proponho uma análise das principais propostas oficiais e não-oficiais relacionadas direta ou indiretamente com as perspectivas portuguesa e brasileira para o ensino de PLE.Por meio de uma breve retomada de conceitos em torno do campo das Políticas Linguísticas(KAPLAN; BALDAUF, 1997; SCHIFFMAN, 1996; CALVET, 2007 enquanto instrumentos ou mecanismos direcionadores do ensino de PLE.O trabalho também fundamentou-se nos pressupostos teóricos acerca dos fenômenos variacionistas(LABOV, 2008;FARACO,2006;CASTILHO,2010),levando em conta os estudos em PLE, a discussão sobre o livro didático no contexto de ensino-aprendizagem de PLE (PACHECO,2006;MORITA,1998) e sua relação com programas do governo brasileiro(BRASIL,1998;BRASIL,2001;BRASIL/FNDE,2014) e português(PORTUGAL,2005; PORTUGAL,2011).