Jane Catulle-Mendès: a paisagem carioca na Belle Époque | Autores: Armando Ferreira Gens Filho (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) |
Resumo: Esta comunicação tem por objetivo iluminar a obra La Ville Merveilleuse, de Jane Catulle-Mendès. Publicada em 1913, muito se aproxima do gênero relato de viagem na perspectiva do conteúdo, já que a referida obra vale por um registro paisagístico da cidade do Rio de Janeiro. Constituída de 33 poemas escritos em francês, o “relato de viagem” negocia com a lírica não só a reconfiguração da voz mas também a problematização do dizer da lírica (HAMBURGUER), quando posta a serviço de um gênero que costumeiramente pode reivindicar, ao mesmo tempo, uma estreita relação com o registro fidedigno da realidade e a subjetividade típica de relatos autobiográficos. Importa destacar que a obra de Jane Catulle-Mendès, cujo título reforça a antonomásia da cidade do Rio de Janeiro, permite não só estudar o impacto da turista (TODOROV) francesa ao se deparar com um espaço marcadamente tropical, bem como incita a investigação dos modos de ver a cidade e de percorrê-la (BESSE) na Belle Époque. Assim sendo, as questões, a serem realçadas primordialmente nessa comunicação, dizem respeito às molduras que enquadram olhar da voz poética, ao movimento deambulante do sujeito-poeta pela cidade (LABORIT), as estratégias ideológicas e políticas empregadas na captação da paisagem natural bem como a tendência para o destaque do pitoresco a fim de ocultar processos históricos e sociais.
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