A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado e foi realizada durante os anos de 2014 e 2015, numa escola pública, de periferia, no interior do Paraná com uma turma de 9º ano. Tem o objetivo de apresentar reflexões sobre o ensino da Língua Portuguesa diante de fenômenos da variação linguística, das dificuldades dos alunos na compreensão do código escrito e da opacidade entre fala e escrita.  Foram investigadas  produções de textos que apresentam, de modo geral, dificuldades em relação ao domínio do código escrito. Muitos dos problemas ortográficos, que se esperam superados por alunos nas séries finais do Ensino Fundamental, ainda foram observadas em tais produções, comprometendo o desempenho nas operações linguísticas necessárias ao sentido e à significação da leitura e da escrita. Com o propósito de encontrar resposta(s) para essa problematização, propomo-nos a descrever e a analisar erros ortográficos, provenientes da relação fala e escrita, e criar uma proposta didática para tentar saná-los. Ao identificar os problemas ortográficos e analisá-los, a partir dos princípios da variação linguística e da fonologia, desenvolveu-se um roteiro de atividades de leitura, de escrita e de sistematização da língua para aplicação em sala de aula. Após a aplicação, verificaram-se os resultados, no que tange ao domínio do código. Como resultado desse processo de investigação, entendemos que é necessário tanto um trabalho sistematizado com a ortografia, a fim de corrigir problemas que se arrastam e se perpetuam na trajetória escolar dos alunos, quanto voltar-se para as questões da variação linguística e do ensino da língua pautadas numa pedagogia culturalmente sensível.