Diversas pesquisas investigaram a escrita na educação básica; no tocante à escrita no ensino superior, porém, pouco se tem discutido (MARINHO, 2010), uma vez que o conceito de letramento acadêmico é relativamente recente, tendo surgido apenas na década de 1980 (FIAD; MIRANDA, 2014).  As pesquisas que tratam do letramento acadêmico (SOUZA; BASSETO, 2014; FIAD; MIRANDA, 2014; MARINHO, 2010; FIAD, 2011; FISCHER, 2010; BERTOLUCI, 2009; ASSIS, 2014) seja no curso de Letras seja no de Pedagogia comprovaram que os estudantes universitários enfrentam muitas dificuldades quando o assunto é a escrita de gêneros acadêmicos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é analisar, por intermédio de uma pesquisa de cunho qualitativo, as experiências de alunos de Letras e de Pedagogia e de professores da educação básica em relação à escrita de textos acadêmicos e suas implicações na formação docente. Para tanto, foi aplicado um questionário semiestruturado em um curso de extensão voltado para o estudo de gêneros acadêmicos em uma universidade pública do Rio de Janeiro. Neste caminho de investigação, os Estudos do Letramento (STREET, 1984, 2010; KLEIMAN, 2007; etc) foram os pressupostos teóricos utilizados. Entre os resultados, a maior dificuldade enfrentada pelos alunos em relação à escrita acadêmica no início do ensino superior refere-se a questões relacionadas ao campo das ideias, à coerência, à fundamentação teórica. A segunda maior dificuldade diz respeito à figura do professor. Os alunos comentaram sobre a expectativa dos professores quanto à sua escrita bem como apontaram a falta de orientação dos mesmos nos trabalhos cobrados. No que se refere à superação dessas dificuldades, a maioria dos discentes faz pesquisas por conta própria, sobretudo com o auxílio da internet, e busca a ajuda de amigos considerados mais experientes na área.