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| Brasilina nas terras de São Paulo: "O Dialeto Caipira", de Amadeu Amaral, por Monteiro Lobato
| Autores: Simone de Brito Corrêa (UFF - Universidade Federal Fluminense) |
Resumo: Este trabalho, situado na articulação entre a Análise do Discurso de linha francesa (Mariani, 2004; Orlandi, 1990, 2008; Pêcheux, 1988; 2004) e a Historia das Ideias Linguísticas (Auroux, 1992; Guimarães, 1996; Mattos & Medeiros, 2012; Orlandi, 2002; Pfeiffer, 2001), volta-se para o artigo Dialeto Caipira (1922), em que Monteiro Lobato apresenta uma série de comentários metalinguísticos sobre a referida obra de Amadeu Amaral. Nosso interesse de pesquisa se resume em compreender de que modo o referido texto se insere no que Pfeiffer (2001) considera como quarto eixo das polêmicas relativas à língua nacional nos séculos XIX e XX, ou seja, um momento em que o foco de atenção volta-se para a diversidade linguística das regiões do Brasil. Desse modo, a este estudo, importa perscrutar de que forma a língua do/no Brasil aparece significada em relação ao português de Portugal, ao mesmo tempo em que é descrita em suas diversas realizações regionais no Brasil. A análise das marcas linguístico-discursivas apontou indícios do funcionamento da memória do discurso evolucionista das ciências naturais aplicado às ciências humanas, sendo a evolução das línguas comparável ao ciclo biológico das plantas. Assim, a língua do/no Brasil aparece não como corrupção, mas como uma fase no ciclo evolutivo da língua portuguesa de Portugal, ajustada esta às necessidades de expressão na nova terra. Quanto ao dialeto caipira, este aparece significado como sujeito tanto ao aval metodológico das ciências positivistas, quanto da higienização via língua literária.
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