LIVROS DIDÁTICOS E MANUAIS ESCOLARES EM CONTEXTO DA DIVERSIDADE LINGUÍSTICA EM ANGOLA, MOÇAMBIQUE E SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | Autores: Silvestre Filipe Gomes (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) |
Resumo: Esta comunicação é parte de um projeto de pesquisa de doutorado, em andamento, orientado pelos Professores Gilcinei Teodoro Carvalho (Orientador) e Aracy Alves Martins (coorientadora). Com o título “Políticas linguísticas e práticas educativas em países africanos de língua oficial portuguesa: línguas residentes nos sistemas educativos de Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe”, o projeto visa a analisar as políticas linguísticas (PL) e as práticas educativas (PE) de países africanos de língua oficial portuguesa, confrontando os discursos oficiais e os processos de escolarização. Com isso, pretende-se mapear o lugar e/ou o estatuto reservados às línguas residentes nos documentos oficiais; identificar os discursos oficiais sobre as PL nos diferentes países, confrontando-os com os discursos acadêmicos, da mídia e de outras organizações; e analisar as PE desenvolvidas em diferentes comunidades escolares dos anos iniciais. É uma pesquisa qualitativa consubstanciada em observação não participativa, entrevistas e análise documental. Fundamenta-se em sociolinguística interacionista (GUMPERZ & HERNÁNDEZ-CHAVES, 1972; DELL HYME, 1972), analisando as PL e PE multidisciplinarmente, tendo como foco as interações linguístico-sociais, as interpretações e inferências produzidas pelos interlocutores. Em razão dessa multidisciplinaridade, recorreu-se à Teoria dos Novos Estudos de Letramento (BARTON; HAMILTON, 1998; HEATH, 1983; STREET, 1995; GRENFELL et al. 2012), para o estudo das políticas linguísticas na alfabetização, envolvendo diferentes usos sociais do material escrito em diferentes línguas como práticas sociais situadas numa dinâmica sociocultural. Sendo a escola o locus da pesquisa, a ação pedagógica na concretização das PL é analisada na perspectiva de teorias pedagógicas e da sociologia da educação (VYGOTSKY, 1995; BOURDIEU, 1998; BOURDIEU et PASSERON, 1971), por conceber a educação como uma prática mediada social e culturalmente. Para esta comunicação a exposição se cinge na análise dos livros didáticos e manuais escolares, procurando entender como neles se reflete a diversidade linguística nos três países.
Agência de fomento: CAPES |
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