Quando falamos sobre o ensino da língua materna no espaço escolar parece que o foco se volta para o domínio da modalidade escrita, preocupando-se com o ensino da norma padrão e a garantia da linearidade do discurso escrito. Pouquíssimas atividades se voltam para reflexão e desenvolvimento da oralidade, do ponto de vista sociocomunicativo, nas dinâmicas escolares. Grande parte das atividades propostas pelo PCN na modalidade oral se volta para a produção de textos com apoio da escrita, entretanto não se propõe a leitura e análise do texto oral de acordo com suas especificidades a fim de melhor compreender o seu funcionamento. Tais atividades representam um ponto fundamental a ser considerado para se trabalhar com o texto falado na sala de aula. Sobre este campo de possibilidades de trabalho com atividades reflexivas no âmbito da oralidade, observamos a presença de pesquisas: Santos (2010), Fávero et al. (2000), Castilho (1998) e Marcuschi (2001). Os autores mencionados apontam para propostas metodológicas de trabalho com o texto falado, desenvolvendo procedimentos de análise que podem ser configuradas com o trabalho com os gêneros orais. Apresentamos estudos de análise linguística produzidos pela academia que favorecem um trabalho de interpretação dos gêneros orais na sala de aula com foco em atividades de retextualização.