Leitura e afro-brasilidade: um percurso do afeto em narrativas da literatura infantojuvenil | Autores: Maria Carolina de Godoy (UEL - Universidade Estadual de Londrina) |
Resumo: A escrita de autoras e autores negros contribui significativamente para a mudança de perspectiva quanto ao modo de representação das personagens negras no contexto de produção literária afro-brasileira. O termo empregado diz respeito ao conceito de Duarte (2011), que considera a autoria, o ponto de vista, a linguagem, a temática e o público leitor como elementos da literatura afro. Segundo ele, deve haver interação desses elementos no texto, todos relacionados ao negro, e não serem tratados de forma isolada. Neste trabalho, o objetivo é a análise da literatura infantojuvenil afro-brasileira para discutir de que modo a relação entre texto e imagem desconstrói estereótipos e afirma uma poética da resistência pelas ilustrações e palavras, sem perder de vista o tom lúdico e a beleza das descobertas do universo infantil, traçando um percurso do afeto. A pesquisa iniciou-se pelo levantamento bibliográfico, estudo das obras e de suas ilustrações a partir do seguinte corpus: Betina (2009) de Nilma Lino Gomes, Minhas Contas (2008), Uma princesa nada boba (2011) de Luiz Antonio, Histórias africanas para contar e recontar (2001) de Rogério Andrade Barbosa, Lendas da África Moderna (2010) de Heloisa Pires Lima e Rosa Maria Tavares Andrade e obras da editora Pallas. A reflexão estende-se ao modo de inserção dessas obras em sala de aula tanto do ponto de vista temático quanto metodológico. Para a discussão são elencados autores do campo dos estudos culturais como Stuart Hall (2016) e Tomaz Tadeu da Silva (2014), dos estudos sobre literatura afro com destaque para Eduardo de Assis Duarte (2011) e da literatura infantojuvenil, como os trabalhos de Eliane Debus (2017). Materiais e documentos sobre a educação étnico-racial fazem parte da sugestão metodológica para abordagem dos conteúdos.
Agência de fomento: Fundação Araucária |
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