A segunda década do século XXI é marcada por novas práticas políticas e novas formas de comunicação política dada a consolidação do uso das redes sociais virtuais na sociedade pós-moderna, de modo que é possível verificar cada vez mais a apropriação de plataformas virtuais pelos candidatos aos pleitos nas últimas eleições, alcançando além de visibilidade, mas sobretudo, acompanhando as mudanças e relações da política com a cibercultura. As imagens ganham forte destaque, pois conforme afirma Barthes (2003, p.201), “ a imagem é certamente mais imperativa do que a escrita, impondo a significação de uma só vez”. É o que nos mostra Courtine (2006, p. 113) em relação às sociedades pós-modernas: “do mesmo modo que a imagem tende a dominar o discurso, as formas breves e dialógicas do enfrentamento verbal tendem a substituir a metafísica das grandes narrativas políticas”. Nessa perspectiva, esse trabalho objetiva compreender como a discursivização da imagem no quadro teórico que se inscreve a Análise do Discurso e da Semiologia. Para isso, será fundamental a compreensão do processo de discursivização do texto não-verbal, a partir das contribuições da semiologia histórica. De acordo com Courtine (2006), o discurso político aderiu as novas formas, tornou-se mais curto, fragmentado, imagético, sincrético e, por isso, uma análise que privilegie apenas os métodos linguísticos torna-se-á insuficiente. Assim, ele propõe uma análise que compreenda a mutação dos modos de comunicação política para sua apreensão global. Para isso, selecionamos o corpus disponível nos perfis dos candidatos no Facebook e Instagram às eleições presidenciais do Brasil, no pleito de 2018, para analisar os mecanismos de constituição do ethos semiotizado nas campanhas eleitorais a fim de ampliar as discussões sobre as metamorfoses sofridas pelo discurso político, de modo a abrir expectativas para que possamos continuar a problematização das relações da Análise do Discurso e da Semiologia histórica.