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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A experiência estética para além dos roteiros de leitura: (trans)formando jovens leitores literários

Autores:
Sabrina Vier (UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos) ; Márcia Lopes Duarte (UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos)

Resumo:

“Muito antes de servir para comunicar, a linguagem serve para viver” pontua Benveniste (1966). Parafraseando o linguista, muito antes de comunicar, a literatura serve para viver. No entanto, não é essa perspectiva que vemos nas salas de aula, em que o trabalho com o texto literário é pautado por roteiros de leitura. Nesse sentido, ainda é muito atual o que o linguista apontou, em 1924, ao analisar uma obra literária: “gostaríamos de armar a análise de uma virtude de exorcismo”. Isso porque o analista argumentava sobre a necessidade – e a urgência – de a obra de arte ser experienciada como discurso, sem um roteiro pré-estabelecido. Fazemos dessa premissa nosso ponto de partida: promover a leitura literária em sala de aula deve ser muito mais uma experiência estética do que uma proposta analítica. Experiência esta, em diálogo com Larrosa (2009), compreendida como transformação, como possibilidade de transformar pensamentos e sentimentos, de transformar a própria linguagem. Assim, o objetivo desta comunicação é problematizar o trabalho com a leitura literária com os alunos, propondo princípios metodológicos que possibilitem aos jovens uma experiência estética com o texto literário. Esses princípios têm sido desenvolvidos juntos a acadêmicos do Curso de Letras em disciplinas de Metodologia de Ensino. Os resultados apontam para (trans)formação de leitores literários que encontram na literatura possibilidade de experiência humana e, por isso, encontro com o eu, com o outro e com o mundo.