A presente comunicação aborda o fenômeno da multimodalidade na escrita como estratégia didático-discursiva cujo objetivo maior é tentar suprir as ausências tanto de interações face a face quanto da própria materialidade da sala de aula. Assim, exporemos análises de textos presentes em nosso Corpus o qual é composto por manuais do IUB (Instituto Universal Brasileiro), Instituto Rádio Técnico Monitor, Instituto Padre Réus, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Brasil). Como ponto de partida para nossas reflexões, levantamos os seguintes questionamentos: A) Como o fenômeno da multimodalidade atua na busca de suprimir a distância entre os participantes das interações didático-pedagógica e a ausência de uma sala de aula propriamente dita em textos impressos da EAD? B) Quais fatores sociais, históricos e culturais fazem-se presentes na escolha e aplicação das diferentes modalidades existentes nos impressos por nós estudados? C) Como essas diferentes modalidades contribuem na construção dos referentes e dos participantes nos impressos de materiais da Educação a distância? Para este estudo, tomamos os trabalhos de Hodge e Kress (1988) e Leewen (2005) onde são propostas compreensões sobre o que é a Semiótica Social e quais seus campos de atuação. Também, temos Kress e Leeuwen (2006) os quais estabelecem que assim como na oralidade, a escrita envolve elementos que vão além dos recursos estruturais de uma língua como o próprio suporte, o material com o qual esta escrita é gravada em seu suporte, a fonte e as cores das letras, desenhos e gráficos. Todos esses elementos constituem um sistema de interação humana completo, tornando os enunciadores capazes de representar aspectos do mundo. Ainda, temos Kress, Jewitt, Ogborn & Tsatsarelis (2014) para uma reflexão em torno do caráter multimodal do ensino das ciências, o aprendizado em face do fenômeno da multimodalidade e sua relação com os gêneros escritos.