Vários são os termos utilizados, na História do Brasil desde a segunda metade do século XIX até todo o século XX, para se referir aos trabalhadores. Em cada momento específico os termos empregados representaram uma crença e uma construção ideologicamente condicionada sobre o que era ser trabalhador, qual a origem desse indivíduo, que educação formal deveria receber (ou não) e qual o seu papel, o seu lugar na sociedade. Partindo da premissa supracitada, o presente trabalho tem, como proposta principal, estudar a reformulação das bases legais da educação formal brasileira durante a Reforma Capanema (Governo Vargas, 1942) com foco na construção ideológica do grupo social “Classe Trabalhadora”. Assim, analisamos documentos históricos como notícias, discursos, artigos em jornais que trataram do tema e ainda o texto da própria lei. Nesse estudo, guiamo-nos pelos seguintes questionamentos: 1. Quem eram os da “Classe Trabalhadora”? 2. Quais suas origens? 3. Que educação lhes era planejada? 4. Quais papeis lhes eram ideologicamente destinados enquanto atores sociais a partir dessa educação planejada? Nosso referencial teórico e histórico será baseado em trabalhos de Hobsbawm (1995) e Hobsbawm (2002) para podermos situar o Brasil em um cenário internacional. Também, teremos Bueno (2016), Enders (2012), Linhares (2016), Neto (2005), Schwarcz & Starling (2015) e Skidmore (1982), Bourne (2012) enquanto ponto de partida para uma discussão histórica sobre o Brasil na Era Vargas, como se deu o estabelecimento de tal período e quais as consequências do mesmo. Ainda, há Arcanjo e Hanashiro (2001) e Romaneli (2001) com vistas a uma breve narrativa da História da educação no Brasil. Por fim, buscamos Van Dijk e kintsch (1983), Van Dijk (1998) e Van Dijk (2005) com o objetivo de estabelecermos o conceito de ideologia com o qual trabalharemos no estudo aqui apresentado.