Partindo do pressuposto de que a metáfora não é mero recurso estilístico, mas uma maneira de conceptualizar a própria experiência humana, a Teoria da Metáfora Conceptual, de base cognitiva, foi proposta por George Lakoff e Mark Johnson em seu livro Metaphors We Live By, de 1980. Desde então, inúmeros estudos acerca da metaforologia foram desenvolvidos e há uma crescente aproximação desta perspectiva cognitiva ao uso linguístico e ao discurso (GIBBS, 2001).
Com o objetivo de observar se Metáforas Conceptuais (LAKOFF & JOHNSON, 1980) podem ser recrutadas com propósito avaliativo, foram analisadas Críticas de Livros Amadoras, publicadas por leitores não necessariamente especialistas em assuntos literários, na rede social Skoob. A Teoria da Valoração (MARTIN & WHITE, 2005), metodologia de análise da Linguística Sistêmico-Funcional, foi utilizada a fim de amparar a análise da Avaliatividade das Metáforas encontradas no Corpus, haja vista que nenhuma das ilhas da Linguística Cognitiva aborda de modo contundente a questão da Avaliação.
Houve a inferência de doze Metáforas Conceptuais diferentes relativas ao MCI de Livro. Percebeu-se que enquanto algumas das Expressões Linguísticas Metafóricas referentes aos domínios-alvos LIVRO, TEXTO, TEXTO LITERÁRIO e LEITURA presentes no corpus não eram necessariamente avaliativas, voltando-se muito mais ao processo leitor, outras eram necessariamente recrutadas pelos leitores resenhistas com finalidade valorativa. Esse resultado pode nos levar a concluir que alguns domínios-fontes são perfilados com um propósito especificamente avaliativo em detrimento de outros. Acredita-se que tal estudo é importante por trazer reflexões sobre o propósito avaliativo do perfilamento de metáforas conceptuais e por nos indicar como o leitor pensa o objeto literário e a literatura.