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| Do medievalismo romântico: um retorno às raízes | Autores: Raul de Carvalho Rocha (UFAL - Universidade Federal de Alagoas) |
Resumo: O presente trabalho busca demonstrar a influência dos ideais políticos e filosóficos de Jean-Jacques Rousseau (1712–1778) sobre a inclinação medievalista do Romantismo. Pensador genebrino, inserido na tradição iluminista francesa, Rousseau tornou-se o precursor do movimento romântico devido, sobretudo, ao seu conceito de "bon sauvage", por meio do qual enalteceu a primazia dos homens . A exaltação dos aspectos mais primitivos dos homens, concebidos como "naturalmente bons" e "amorais", em relação àqueles degenerados pela sociedade, será utilizada pelos românticos em sua recusa os cânones clássicos, contra os quais o Romantismo se ergueu, na Alemanha. Aqui, concebe-se o movimento romântico como possuidor, em todas as suas manifestações, de um elo que o tornou um movimento relativamente uniforme, apesar das particularidades que se verificou nas diferentes nações em que o mesmo se manifestou (GUINSBURG, 1978). Assim, uma contextualização histórica voltada aos aspectos do Romantismo alemão se faz necessária. Lançando um olhar às "raízes" do movimento romântico, o presente trabalho pretende demonstrar como a transposição de ideias político-sociais do supracitado autor conduziu os românticos não somente à exaltação da nacionalidade — neste caso, a portuguesa —, mas, naturalmente, à Idade Média, período em que se encontram as suas origens. A partir da análise da poesia lírica produzida por escritores portugueses do Oitocentos, evidenciar-se-á como a filosofia de Rousseau será convertida em um movimento de "retorno às raízes", sobretudo culturais, por parte do Romantismo, retorno este que resultará na recuperação de elementos medievais literários, mas sem desfazer-se das marcas próprias ao movimento romântico; pelo contrário, articulando-os às suas próprias características. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica, teoricamente fundamentada em Silva (1979) e Saraiva (2008), obras voltadas à teoria e historiografia literárias, em Guinsburg (2005 [1978]), no que tange à historiografia da arte, e em Rousseau (1973), no campo da filosofia.
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