Escrevivência evaristiana: ancestralidade banto e iorubá | Autores: Leandro Passos (IFMS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul) |
Resumo: Esta comunicação visa analisar de que modo os mitos bantos e iorubás constroem uma poética de ancestralidade e de cultura afro-brasileira em Conceição Evaristo. Com a finalidade de contribuir para a desconstrução de concepções hegemônicas acerca da cultura africana e afro-brasileira muitas vezes demonizadas, a presença destes mitos será examinada por meio da produção da escritora negra em questão a partir de uma combinação de abordagens críticas para a análise do texto literário – a sociológica, a antropológica e a dos Estudos Subalternos. Será analisado como a escrita evaristiana se constitui em um espaço de diálogo com os conceitos de ancestralidade, de cultura e, principalmente, de memória cultural do povo negro. Além disso, pretende-se verificar de que maneira a escritora insere os mitos bantos e iorubás em sua escrita, de modo não apenas a voltar-se à própria comunidade negra, mas também fortalece a identidade positiva do negro e da mulher negra, contribuindo, assim, para sustentar as relações étnico-raciais menos violentas e mais humanizadas. Para investigar e responder aos objetivos nesta comunicação, os conceitos de ancestralidade e de escrevivência serão vistos a partir da própria perspectiva da escritora Conceição Evaristo (2017; 2016; 2009; 2005) e de suas entrevistas, e as de Sousa e Silva (2016). No que diz respeito ao mito banto e iorubá, os estudos de Ford (1999) e os de Dionísio (2010). Além dos conceitos de ancestralidade e de escrevivência, para adentrar na poética das obras, as considerações dos Estudos Subalternos estarão presentes; em especial as discussões de Quijano (2002) e Mignolo (2001) nas contribuições da Colonialidade dentro dos Estudos Subalternos.
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