Conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade...”.  Em 1995, Antônio Candido, sociólogo, propôs considerar-se a literatura como um direito humano, ao lado dos outros direitos essenciais para a cidadania plena: os direitos à educação, à alimentação, à moradia, a uma vida segura, etc. Cândido compara a necessidade do indivíduo de fantasiar durante seu dia, à necessidade de sonhar durante a noite, estabelecendo essa, a função psicológica, como a primeira de três funções da literatura. A segunda função, formativa, refere-se ao ensinar através da literatura, humanizando a experiência, seja para o bem ou para o mal, conscientizando o leitor, tanto de seus direitos, como dos direitos do “outro”.   Enquanto que a terceira função, relacionada ao conhecimento do mundo e do ser, refere-se à possibilidade que o autor oferece ao leitor de, através de sua leitura do mundo, impressa no texto literário, apresentar ao leitor uma realidade com diferentes modos de compreender, estar, ser ou viver o mundo.  Esse trabalho relata investigação junto ao público alvo de um projeto que tem levado a literatura e a cultura para além dos muros escolares, em três municípios distintos do Estado do Rio de Janeiro, de forma recreativa e socializadora. Tendo sido a entrevista a metodologia utilizada, os resultados da pesquisa indicam que, através da literatura, esse projeto tem promovido a valorização da diversidade cultural e a necessidade de cultura de paz e não violência, confirmando assim, tanto a teoria de Antônio Candido de que a literatura consiste em um direito humano, quanto sua afirmação sobre o potencial da literatura para o fomento da reflexão e da educação sobre os próprios direitos humanos.  Os resultados positivos desse projeto podem servir como exemplo a ser implementado em outras instituições e/ou outros estados.