A prática avaliativa sempre fez parte do processo de ensino e de aprendizagem escolar. Em função de seus diferentes objetivos, diversos instrumentos consagraram-se nas atividades de verificação da aprendizagem e de aferição de resultados, dentre os quais, neste trabalho, destacamos o Exame Nacional do Ensino Médio, que alcançou, ao longo dos anos de sua aplicação, significativa importância no cenário educativo nacional. Seja em sua função reguladora da qualidade da Educação Básica ou na seleção de estudantes para o Ensino Superior, o exame, em especial a prova de Redação, modificou diversas práticas escolares, na busca por melhor desempenho dos alunos. É por isso que, neste trabalho, visando ao esclarecimento dos critérios de avaliação das redações do Enem, investigamos a competência 2 de sua matriz de correção, ampliando suas interpretações e verificando possíveis dificuldades que corretores e professores possam encontrar para aplicá-la. Além disso, analisamos as propostas de redação dos anos de 2004 a 2014, para localizar traços de regularidades que pudessem dar subsídios à defesa da redação do Enem como um gênero específico. Para isso, foram organizados os enunciados das redações em um quadro analítico-comparativo, com vistas à identificação do modelo cristalizado de proposta de redação, típico do exame. Com base nos resultados obtidos, destacamos a necessidade de uma revisão lexical na matriz de correções, bem como de ações de disseminação de seus conteúdos para a instrumentalização de professores e alunos que visem ao preparo para as redações do exame. Esperamos, com isso, uma maior democratização do acesso, primeiramente, a um preparo mais adequado para o Enem e, consequentemente, ao ensino superior.