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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O QUE EU FAÇO COM ESTA LÍNGUA? O POVO PATAXÓ E OS LETRAMENTOS DE REEXISTÊNCIA

Autores:
Keyla Silva Rabêlo (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Resumo:

Falar em letramentos de reexistência consiste em mostrar estes letramentos, conforme orienta Souza (2009), “como singulares, pois, ao capturar a complexidade social e histórica que envolve as práticas cotidianas de uso da linguagem, contribuem para a desestabilização do que se pode considerar como discursos já cristalizados em que as práticas validadas sociais de uso da língua são apenas as ensinadas e aprendidas na escola formal”. Acolhe-se, desta forma, o termo reexistência como referência, também, às discussões descoloniais sobre língua/linguagem as quais consideram a necessidade de “despraticar as normas”, de questioná-lasNesse sentido, objetiva-se, com este estudo, compreender e caracterizar as práticas linguageiras utilizadas pelo povo Pataxó para lidar com as demandas da sociedade letrada na qual estão inseridos. Adota-se, como procedimento metodológico, a coleta e a análise linguístico-discursiva da produção textual Pataxó plubicizada/disponibilizada em diversos suportes (material impresso, mídias digitais etc.). Como aporte teórico, a discussão está ancorada, principalmente, nas contribuições dos campos dos Estudos Culturais (BHABHA,1998), da Transculturalidade, Linguagem e Educação (BORTONI-RICARDO; CAVALCANTI, 2007), Descolonialidades (LINERA; MIGNOLO; WALSH, 2014; MENESES; BOAVENTURA, 2001; MARIANI, 2004), Linguagens e Descolonialidades (ZOLIN-VESZ, 2016, 2017; FABRÍCIO, 2017) e Letramentos (KLEIMAN, 2016; STREET, 2014; RAJAGOPALAN, 2014). Os resultados preliminares indicam que estes ambientes constituem ricas plataformas de discussão e de produção de sentidos utilizadas pelos povos indígenas em suas vivências cotidianas.