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| ÁLVARO DE CAMPOS E A DESPERSONALIZAÇÃO EM PASSAGEM DAS HORAS | Autores: Laianni Vitória Cosme E Silva (UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) |
Resumo: Este estudo apresenta a análise do poema “Passagem das horas”, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, um dos grandes nomes da literatura portuguesa moderna. Assemelha-se a Pessoa, seu criador, no que diz respeito à náusea existencial presente em seus textos, nos quais ele, o próprio Pessoa, problematiza na criatura de Álvaro de Campos o drama do seu projeto heteronímico. Passagem das horas foi publicado no livro Poesias de Álvaro de Campos (1992), que reúne textos da fase sensacionista/futurista do autor, na qual a busca pelo autoconhecimento, a angústia, o pessimismo, os questionamentos que permeiam a existência humana e o progresso da civilização moderna e das máquinas são o foco da sua abordagem. Com base no exposto, a presente análise objetiva expor traços da despersonalização do autor no poema, a sua relação com a passagem do tempo e o seu contexto histórico-cultural. Foram explorados o campo semântico do texto, a sua estrutura e a tipologia dos seus versos - visando fazer um esboço da dicção de Álvaro de Campos e da forma com a qual ele estrutura sua linguagem - e o contexto do poema no plano historiográfico e estético no qual está inserido. Utilizou-se, para tanto, os estudos de Amador Ribeiro Neto (2014), Antônio Cândido (1996) e Norman Goldstein (2005) sobre teoria da poesia e análise literária para amparar o corpus do trabalho. Os resultados desta pesquisa incidem para a importância de Passagem das horas como imprescindível para o entendimento da personalidade de Álvaro de Campos face à modernização portuguesa e à sua própria existência - mais humana que heteronímica.
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