Nomeação do nativo em documentos dos séculos XVI e XVIII: proposição de uma trilha léxico-discursiva | Autores: Rejane Centurion Gambarra E Gomes (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso) |
Resumo: O objetivo desta comunicação é divulgar resultados de pesquisas que priorizam investigar a nomeação ao nativo brasileiro na interface léxico e discurso. O ponto de partida foi o estudo desenvolvido em nossa pesquisa de doutorado, junto ao programa de Filologia e Língua Portuguesa, da USP, a partir da obra Historia da prouincia Sãcta Cruz a que vulgarmete chamamos Brasil, de Pero Magalhães de Gândavo (1576). Após isso, institucionalizamos, na UNEMAT, o projeto de pesquisa “Léxico e discurso na capitania de Mato Grosso: nomeação sobre o nativo brasileiro”, com vigência entre 2016 e 2019, reunindo trabalhos que tratam da nomeação do nativo, tomando documentos que circularam na referida capitania, no século XVIII, período de sua criação, entre os quais o manuscrito Memoria Sobre o Plano de Guerra Offensiva e Deffensiva da Capitania de Matto Grosso, de Ricardo Franco de Almeida (1800). A partir da seleção de unidades lexicais (nos dois documentos), da classe dos substantivos e adjetivos, relacionadas ao nativo e seus referentes, foram realizadas análises estruturais tomando pressupostos teóricos da Lexicologia e Lexicografia. Em seguida, foram mobilizados conceitos da Análise de Discurso, de forma a procurar ler, pelo léxico, alguns movimentos do discurso na história, tendo, dessa forma, investigações que nos permitiram entender que, assim como fonemas e palavras seguiram uma certa trilha junto à formação do português brasileiro, conforme apontam resultados de pesquisa do projeto nacional “Para a História do Português Brasileiro”, pode ter ocorrido algo semelhante com o discurso, nos levando a propor que o emprego de determinadas unidades lexicais pode ter contribuído para a irrupção de discursos, hoje, estabilizados, acerca do nativo brasileiro. Além dos documentos supracitados, consideramos resultados/dados de pesquisa de demais membros do projeto. Como fundamentação teórica, utilizamos Biderman (1999), Bluteau (1712-1721), Coseriu (1977), Pêcheux (1997), entre outros.
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