Mudança nos padrões lexicais da antroponímia brasileira: um olhar sobre dados dos finais do século XIX até meados do século XX | Autores: Juliana Soledade (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo: O neologismo antroponímico no Brasil, ao que indicam as pesquisas empreendidas sobre o tema, é um fenômeno que se apresenta de forma recorrente a partir do segundo quarto do século XX. Quando aceitamos o argumento de que o fenômeno neológico da antroponímia brasileira começa a se generalizar no segundo quartel do século XX, isso acontece por conhecimento de alguns dados importantes: 1) primeiro, o estudo de corpora datados anteriormente a esse período não revela número significativo de nomes neológicos que nos leve a considerar a relevância do fenômeno antes do século XX; 2) segundo, na base de dados do IBGE, ao verificarmos cerca de dois mil nomes cujo caráter foi apontado como inovador, constatamos que seu surgimento está datado, frequentemente, entre as décadas de 1930 e 1940 e seu ápice de uso se dá nas décadas de 1950 e 1960. As motivações para o incremento acentuado da neologia antroponímica ao longo do século XX ainda é um aspecto que demanda maiores investigações, mas aventamos que tenha forte relação com alguns aspectos socioculturais importantes, como a abolição da escravatura, o incremento do fluxo de imigração para suprir o trabalho escravo e a difusão dos cartórios de registro civil pelo território nacional. Esse estudo pretende demonstrar - com base em corpora datados do séc. XIX e XX em confronto com dados do IBGE, censo de 2010 -, que a partir do primeiro quartel do século XX começa a se generalizar, no Brasil, padrões morfolexicais de formação antropônimos, pautado, sobretudo, na construção biformativa que toma como modelo, especialmente, os nomes de origem germânica, mas também os de origem latina. Pretende-se, assim, demonstrar os resultados das pesquisas empreendidas acerca da antroponímia neológica brasileira no âmbito da elaboração do Dicionário de nomes em uso no Brasil.
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