A correlação ficou preterida por algumas décadas, sem que houvesse pesquisas significativas sobre seus traços e propriedades. Um dos reflexos desse hiato é justamente o fato de a correlação não figurar na NGB, da mesma forma como está ausente de boa parte da descrição gramatical produzida no país. Nos últimos anos, o interesse pelo tema tem despertado a atenção de pesquisadores brasileiros, como Módolo (2004, 2008), Rodrigues (2007) e Rosário (2012, 2015, 2017), principalmente sob a égide do Funcionalismo Clássico. Por meio deste resumo, propõe-se um trabalho cujo objetivo principal é apresentar como a correlação oracional aditiva e a correlação oracional disjuntiva podem ser tratadas a partir de uma abordagem construcional da gramática, que considera tanto pressupostos teóricos funcionalistas quanto cognitivistas, mormente sob a linha da Gramática de Construções (cf. Traugott e Trousdale, 2013; Rosário e Oliveira, 2016). As noções de adição e disjunção são tradicionalmente tratadas no âmbito dos processos coordenativos de integração oracional. Postulamos outro tipo de tratamento ao tema. Nossa hipótese é a de que as correlações aditiva e disjuntiva são fenômenos distintos dos processos coordenativos canônicos, tanto em seus aspectos formais quanto funcionais. Tanto na correlação aditiva quanto disjuntiva atuam processos metafóricos, especialmente por meio do mecanismo de analogização, com efeitos pragmáticos bastante distintos dos comumente atestando em relações de coordenação. A pesquisa baseia-se em uma metodologia qualiquantitativa, calcada em dados de língua escrita sincrônica, selecionados a partir de diferentes corpora disponíveis na internet.