No final de 2015, surgem no Brasil os primeiros casos de recém-nascidos com microcefalia relacionada ao vírus da Zika. Diante da forma severa do baixo volume encefálico e do potencial destrutivo do vírus, especialistas sugerem o termo Síndrome Congênita do Zika vírus. Levando em consideração que a linguagem permite a expressão do pensamento possibilitando sua comunicação, delineamos o presente estudo com o objetivo de analisar formas de expressão apresentadas por crianças que foram acometidas precocemente por microcefalia e déficit motor, e outras que além destes comprometimentos, apresentam perdas visuais e auditivas, concomitantemente. Tais crianças se encontram em atendimento desde o seu primeiro ano de vida, na Fundação Altino Ventura, local de realização da pesquisa. Portanto, são sujeitos com demandas diversas devido ao número de intercorrências que poderão acontecer no seu processo de aquisição da linguagem. Trata-se, pois de um estudo novo para o qual não encontramos referências que abordem a temática que esperamos desenvolver, integralmente. Desse modo, as perspectivas interacionistas que contribuíram para fundamentar esse trabalho contaram com os aportes teóricos de: Vygotsky, Piaget, Wallon e De Lemos, cada um oferecendo algum esclarecimento para nos fazer entender melhor o processo de comunicação dessas crianças. A pesquisa adotada foi a abordagem qualitativa, longitudinal, comparativa. A investigação tem a duração de oito meses, desenvolvida em três fases, porém neste estudo apresentamos os resultados parciais referentes a primeira fase da pesquisa. Foram selecionadas 20 crianças com idade de três anos divididas em dois grupos: grupo A constituído de crianças que apresentaram precocemente microcefalia, déficit motor, perdas visuais e auditivas concomitantemente; grupo B crianças que apresentaram microcefalia e déficit motor. Esperamos com este trabalho descrever a aquisição da linguagem/comunicação dessas crianças contribuindo cientificamente para a temática, oferecendo sugestões para o planejamento de intervenção, além de condutas terapêuticas multidisciplinares incluindo orientação para pais e cuidadores.