Osman Lins, escritor de Pernambuco. | Autores: Marcos Eduardo Lopes Rocha (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo: Em 1966, Osman Lins concede entrevista ao Diário de Pernambuco onde afirma que Nove, novena, seu segundo volume de contos publicado no mesmo ano, tem como marco a aparição das cidades de Recife e de Olinda. Nas suas narrativas ficcionais anteriores — O visitante (1955), seu primeiro volume de contos Os gestos (1957) e O fiel e a pedra (1961) —, afirma Lins na estrevista, "era sempre minha cidade natal, mencionada ou não, que estava presente". O escritor é originário de Vitória do Santo Antão, munincípio no interior de Pernambuco, localizado a 50 km da capital. Nos romances seguintes a Nove, novena, Recife volta a aparecer no tema T, em Avalovara (1973), e na ambientação da saga de Maria de França, personagem de romance homônimo dentro de A rainha dos cárceres da Grécia (1976). Louca, a personagem, que também narra o livro fictício, descreve uma fusão entre as cidades Recife e Olinda, que também são invadidas por outro tempo histórico do estado, a invasão holandesa. Por sua vez, Cabeça levada em triunfo, texto inédito e inconcluso de Osman Lins, também ambienta-se no estado de Pernambuco, na cidade de Palmares. O objetivo desta comunicação é, então, pensar que o espaço, nas narrativas ficcionais de Osman Lins — com exceção de suas duas narrativas de viagem, Marinheiro de primeira viagem (1963) e La paz existe? (1977), que se passam na Europa e na Bolívia — remete-se, em momento ou outro, ao estado de Pernambuco. Para tal, pautar-me-ei no conceito narratológico de espaço, nas próprias narrativas de Lins — com mais ênfase nas publicações posteriores a Nove, novena — assim como na própria história do estado. Então, será demonstrado o porquê de poder-se entender Osman Lins como escritor de Pernambuco.
Agência de fomento: Universidade de Brasília |
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