Tendo em vista a parceria firmada entre o Brasil e o Governo da República do Haiti para reconstrução, fortalecimento e recomposição do sistema de Educação Superior do Haiti, e, nesse âmbito, o compromisso que a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) firmou de inserir em seu quadro discente um significativo contingente de cidadãos haitianos, o Campus de Laranjeiras do Sul (PR), dessa instituição, conta com diversos estudantes haitianos regularmente matriculados em diferentes cursos de graduação. A fim de fornecer a eles condição de permanência, o ensino de língua portuguesa como língua de acolhimento é ação fundamental. Este trabalho objetiva refletir, a partir de revisão de literatura, sobre as condições de ensino de língua portuguesa nesse contexto. Iluminam as reflexões aqui empreendidas  a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (1996); a RESOLUÇÃO Nº  11/CONSUNI/UFFS/2018, que aprova a Política Linguística da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); e, do ponto de vista teórico, Oliveira (2013), que sugere pensar e tratar a língua portuguesa como língua policêntrica; Signorini (2013), que fala sobre política linguística na perspectiva da  globalização dos mercados linguísticos; e Mendes (2008, 2010, 2011, 2014 ),que concebe língua como um fenômeno social e simbólico de construção da realidade, apontando ainda tendências que orientam planejamentos, cursos e materiais no ensino de língua portuguesa nesse contexto. As reflexões indicam carências: (i) nos professores universitários, considerando a habilidade de formar cidadãos plurilíngues e interculturais; e (ii) nas condições institucionais, sobretudo no que tange à elaboração de materiais de qualidade e condizentes com as especificidades desse contexto, para um ensino de qualidade. A pesquisa, ainda que breve, destaca a imprescindibilidade de uma conjuntura mais adequada para acolher estudantes haitianos, sob pena de a parceria firmada entre os países em questão não produzir os efeitos pretendidos.