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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Lexicalização de afixos nos casos “prezão” e “minizinha”: uma análise contrastiva entre a abordagem lexical e a abordagem cognitivista.

Autores:
Vitor Filogônio de Souza (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo:

As línguas naturais são vivas, sempre em expansão e com constantes mudanças visando à adequação das necessidades comunicativas de seus falantes. Dentre os mecanismos de inovação linguística que de dispõem todas as línguas naturais, destacam-se os processos de formação neológica, que são os meios pelos quais novas palavras adentram o léxico de uma língua, tendo por objetivo exatamente a satisfação das necessidades comunicacionais de seus falantes. Há vários processos de formações neológicas, dentre eles, o empréstimo linguístico de lexias estrangeiras à língua, os chamados estrangeirismos; a resignificação de unidades lexicais já existentes na língua, o chamado processo de neologia semântica; a organização de itens lexicais em sintagmas, gerando unidades lexicais complexas que recebem o nome de formações sintagmáticas neológicas, dentre vários outros processos que servem ao mesmo propósito. Este trabalho debruça-se sobre um processo de formação neológica em especial, a lexicalização, aqui compreendida como o alçamento de uma unidade lexical de função gramatical ao patamar de lexia livre, e propõe uma análise contrastiva entre duas abordagens, a lexical e a cognitivista, buscando aferir qual dos dois modelos explica em maior detalhe os casos da lexicalização de afixos, que vêm se mostrando bastante produtivos na linguagem publicitária brasileira. Analisamos, então, duas ocorrências colhidas de textos publicitários veiculados no ano de 2018, “prezão”, que apresenta a lexicalização do prefixo “pré-“ e “minizinha”, resultado da lexicalização do prefixo “mini-“, apontando em que medida as abordagens colaboram para a compreensão dos processos envolvidos na criação destes novos itens lexicais. Constitui o quadro teórico deste trabalho os textos de Alves (1990) e Ferraz (2008), no que diz respeito à delimitação da unidade neológica, Brinton & Traugott (2005), na conceituação do fenômeno de lexicalização e na proposta de abordagem lexicalista do processo, e Goldberg (1995), na elaboração dos modelos cognitivistas utilizados para esta análise.