A escrita de gêneros acadêmicos se dá por meio das práticas sociais vivenciadas pelos universitários, entretanto, o ensino dessa escrita ainda é reduzido, como comprovam as escassas pesquisas sobre o tema no Brasil. Isso se reflete nos estudantes de licenciatura, que, além de apresentarem tais lacunas no ler-escrever textos acadêmicos, ao chegarem às salas de aula como docentes, acabam por reproduzir práticas de ensino, levantando o questionamento acerca da problemática da formação desses professores para o ler-escrever crítico, de modo que os faça refletir sobre o desenvolvimento de seu trabalho. Para tanto, o letramento acadêmico e o docente, imprescindíveis, precisam colocar-se em intercâmbio. Logo, o presente trabalho busca investigar as principais tendências da produção científica brasileira sobre letramento acadêmico na formação de professores, publicadas no banco de teses da CAPES. Procura destacar as principais questões levantadas sobre a relação entre letramento acadêmico e formação de professores, reconhecendo que as práticas de ler-escrever textos de domínio universitário não devem se restringir ao tempo da academia. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo estado da arte que considera os resumos e os textos completos de dissertações e teses publicadas na referida plataforma e desenvolvidas sobre o contexto brasileiro no período de 2013 a 2017. Alguns procedimentos metodológicos adotados são: leitura e identificação dos resumos no banco de teses da CAPES; tratamento qualiquantitativo de suas informações básicas; análise dos textos completos das teses selecionadas; levantamento de questões acerca da temática em foco; escrita de relatórios sobre os resultados. Numa investigação inicial, encontraram-se apenas quatorze trabalhos publicados nesse período, sobre o tema, na área de Educação e Letras, reafirmando os hiatos presentes sobre esse estudo. Por fim, a intenção crucial desta pesquisa é o levantamento dos desafios e das contribuições do debate acerca do letramento acadêmico para a formação docente.