Este trabalho busca desenvolver uma reflexão sobre a importância do ensino de sintagmas como elementos de construção de um texto e suas implicações em aspectos gramaticais – como concordância e regência. O ensino de Língua Portuguesa, ainda hoje, parece estar muito atrelado à mera repetição gramatical, haja vista a dificuldade, em geral, que os alunos demonstram quando devem escrever. Entender a ordem dos termos na estrutura do português é fundamental quando se pretende trabalhar os aspectos relativos à coesão, como os sintagmas e a pontuação. Baseando-se nos pressupostos da Linguística Textual,pretende-se apresentar a metodologia utilizada por professores em Institutos Federais de Ensino, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro para alunos em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Defende-se que a gramática deve ser ensinada/estudada desde que seja usada como ferramenta que permita melhor atuação nos atos de comunicação, conforme orientam os PCNs do Ensino Médio (1998). Em uma abordagem cognitiva sociointerativa,
objetiva-se mostrar como o professor pode apresentar algumas normas gramaticais a partir do ensino de sintagmas como elementos constitutivos do texto, tanto do ponto de vista da leitura quanto da produção escrita, uma vez que se pode ter suporte teórico e proposta de análise que levam em conta a complexidade do processo de interpretação e de produção de texto. Parte-se da estrutura do padrão oracional do português, a saber SUJEITO-VERBO-COMPLEMENTO, ou, mais especificamente, SUJEITO-VERBO-OBJETO-ADJUNTO e mostra-se que, quando esta ordem é subvertida, tem-se implicação direta sobre a pontuação,já que se marca a antecipação do sintagma por vírgula. É importante ressaltar que, nesse contexto de trabalho, o aluno também precisa já ter conhecimento consciente sobre a relação entre termos centrais, os núcleos, e os termos que se relacionam com estes, os adjuntos, a fim de compor as relações de comando,trabalhando, portanto, as relações de regência e o estabelecimento da concordância.