O artigo Produção textual na escola: estudo da política nacional de avaliação do Enem apresenta resultados parciais de uma pesquisa em andamento que investigou como as habilidades e competências da matriz de referência da redação do Enem são exploradas pelos professores de Língua Portuguesa em uma escola da Rede Pública Estadual de Ensino de Minas Gerais. O Enem, enquanto avaliação sistêmica, vem evoluindo quanto a seus objetivos e hoje é um instrumento de política pública com foco na avaliação da escolaridade básica e avaliação para o acesso à Educação Superior, sendo relevante compreender como esse instrumento avaliativo está ou não presente nas práticas pedagógicas dos professores de Língua Portuguesa.  Como aporte teórico para o artigo foram utilizados autores do campo das políticas públicas educacionais, Ensino Médio e Proficiência Escritora, entre eles destacam-se Freire (1968; 1993; 1996), Bakhtin (1988; 1992; 2003), Vygotsky (1991; 1996; 2002; 2005) e Geraldi (1997; 2006). A metodologia envolveu três etapas: levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo, cuja coleta de dados envolveu aplicação de questionário, entrevistas, análise dos resultados obtidos pelos alunos no Enem nos anos de 2016 e 2017, como também análise de redações do Enem e de reescrita de alunos de uma escola pública. Os dados parciais revelam que uma parcela significativa dos alunos concluintes do Ensino Médio tem dificuldades relacionadas a produção de textos coesos, coerentes, assim como na construção de argumentos críticos e informativos. Espera-se que o estudo traga contribuições para o processo ensino-aprendizagem da produção textual e estimule professores de Língua Portuguesa no uso pedagógico das matrizes de referência no Ensino Médio.